Na década de 1915 a Sociedade Filarmônica Lyra Popular progrediu bastante até 1917. No ano de 1918 ela perdeu o regente Esmero Martins que apaixonou-se por Argentina Lopes, atriz bonita e famosa e viajaram para a Europa. Ele era regente da Orquestra Sinfônica e por lá permaneceu.

Não tardou, porém, em vir um novo regente. O professor Tomaz Quintino de Azevedo tomou posse e convidou os músicos para os ensaios a parti do dia 30 de junho.

Entretanto, estava a Filarmônica com uma séria preocupação: A casa em que estava instalada era alugada e o proprietário pediu, alegando que iria passar as festas do Carmo em Belmonte. Ficou decidido, então, que alugariam outra casa à Praça 13 de Maio, ficando o regente na Rua Camba, confrontando com a casa do Coronel Dionísio de Oliveira Viana.

Na década de 19, os músicos estavam em perigo de vida. O Coronel Alfredo Mattos era, naquela época, o Intendente e Chefe da cidade Belmonte. Ele era um 15 de Setembro – outra filarmônica existente na cidade de Belmonte e queria acabar com a Lyra. Organizou uma quadrilha de bandoleiros composta de 42 homens armados com repetições, facões, e facas para espancar as pessoas que encontrasse nas ruas.

Uma manhã o velho Acelino atravessou a Avenida Marques de Herval e foi agredido a socos e pontapés pelos bandidos do coronel Alfredo Mattos. Acelino era pai de Felismino Ferreira dos Santos, músico da Lyra. A população ficou revoltada com o espancamento.

Dias depois, as 17:00 horas os bandoleiros desfilavam pela Rua 15 de Novembro à procura do presidente Aristóteles, para o matarem. Quando chegaram na esquina (onde é hoje a sede da Lyra) fizeram uma trincheira e uma outra enfrente a padaria Brasil (que era de Aristóteles). A batalha de tiros começou as 17:00 horas e uma hora depois terminava a batalha, mas a guerra continuou. A população não saía à rua com medo da morte. As casas comerciais, às 19:00 horas, fechavam as portas com medo de invasão dos bandidos. Dias depois da batalha de tiros, dois homens estavam à procura de Julião São Pedro. Eles na sabiam que Julião estava foragido e na Lyra tinha outro músico muito parecido com Julião, chamado Zeferino – que tocava Mib. Zeferino morreu assassinado com dois tiros pelas costas pelos jagunços do Coronel Alfredo Mattos (Adolfo Mendes Bandeira e Eustáquio Paiva). A morte de Zerefino causou muito sofrimento e martírio para os Lyra.

Memórias de Faustiniano Henrique do Carmo
Ariadne da Silva Rocha
Maria Adalcy R. Brazão Santana