Mestre Antonino Manoel do Espírito Santo (1884-1913). Nasceu em Salvador — Bahia, em 10 de maio de 1884. Era filho de pais humildes. O pai era baiano e a mãe alagoana de Palmeira dos Índios. Aos 7 anos ficou órfão. Foi amparado como aprendiz de música pelo Arsenal de Guerra do Exército, em Salvador.
Aprendeu música também em furtivas visitas ao Mosteiro de São Francisco. Aos 15 anos, em 1899, compôs o seu primeiro dobrado, Palmeira dos Índios, em homenagem à terra natal de sua mãe.
Aos 21 anos passou a ser mestre do 50° Batalhão de Caçadores do Exército, em Salvador, função que desempenhou até sua morte, em 16 de Abril de 1913, aos 28 anos. O acervo desta Unidade encontra-se atualmente com o 28° BI Mtz de Vitória — Espírito Santo.
Portanto, o mestre Espírito Santo foi amparado, criado e educado pelo Exército. Deixou abundante produção musical e 220 dobrados entre eles Avante Camaradas, Bombardeio da Bahia, Sargento Caveira e Quatro Dias de Viagem, muito populares e executados por bandas militares e civis.É uma feliz coincidência que a canção da Marinha seja da autoria de um filho do nosso Exército. Mas muito ainda precisa ser revelada deste gênio musical que nos deixou aos 28 anos depois de compor por cerca de 8 anos cerca de 200 dobrados militares.
A principal canção da Marinha, ou canção do Marinheiro, ainda não oficializada, é o Cisne Branco. A sua música é a do primitivo dobrado ' 'Sargento Calhau" mestre do Antonio Manoel do Espírito Santo. A letra, inicialmente chamada Garcinha Branca, foi composta em 1916, no Quartel de Marinheiros na ilha de Villegagnon, desde 1938 sede da Escola Nava. Foi gravada , pelo Capitão-tenente Francisco Dias Ribeiro, pai do general Rubem Continentino Dias Ribeiro, conforme documentos no Serviço de Documentação Geral da Marinha.
Alguns dos seus principais Dobrados:
Bombardeio da Bahia
Canção do marinheiro (c/ Benedito Xavier de Macedo)
Quatro dias de viagem
Dobrado nº 182
Dobrado nº 207
Avante Camaradas nº 220
Dobrado nº 222
Sargento Caveira
Fonte: Amor Febril Memoria da Canção Militar Brasileira do Cel Claudio Moreira Bento. Porto Alegre, GBOEx, 1990